4°
PERÍODO
E
OS JUÍZES.
LIVROS REFERENTES
JOSUÉ
JUÍZES
RUTE
1 SAMUEL
CRONOLOGIA
INÍCIO: Queda de
Jericó – 1.406 a .C.
FINAL: Coroação
de Saul – 1.044 a .C.
(aprox.)
SIGNIFICADO DO PERÍODO
O deserto fez um grande bem à geração que,
sob o comando de Josué, entrou em
Canaã. Não houve qualquer vestígio de rebelião contra a
autoridade de Josué, que teve a difícil missão de substituir Moisés, talvez o
personagem bíblico mais semelhante a Cristo. Moisés já os tinha deixado, mas
seus últimos conselhos registrados em todo o livro de Deuteronômio, jamais
foram esquecidos e marcaram aquela geração. Parece que Deus usou o deserto e a
própria vida de Moisés para fazê-la amadurecer.
Josué obteve grandes vitórias e lutou
incansavelmente, contra um total de trinta e um reis de cidades-estados, mas,
mesmo assim muita terra ainda tinha ficado para ser conquistada, quando morreu
aos cento e dez anos de idade. Pelo tamanho da missão ficou comprovado que a geração
rebelde, que se extinguiu no deserto, não estava preparada para apossar-se de
Canaã. A queda de Jericó, no ano de 1.406 a .C. marcou o inicio desse período, mas
efetivamente, essa missão só veio a ser concluída sob o reinado de Davi, por
volta do ano 1.000 a .C.
Israel foi comandado por Josué durante
cerca de trinta anos, marcados por grandes desafios, que se tornaram menos
penosos pela disposição das tribos de colocar em prática todos os ensinos que
lhes foram deixados por Moisés. Canaã foi a herança dada por Deus a Israel, mas
foi necessário que Israel lutasse por ela.
Os Juizes foram lideres que comandaram o
povo de Israel nos vários momentos de crise, que se sucederam após a morte de
Moisés e Josué, cujas lideranças fizeram muita falta para manter a unidade
entre as doze tribos. Essa condição é claramente registrada por Débora em seu
maravilhoso cântico (Juizes 5) e em vários episódios desse período conturbado
da história da nação de Israel. Quando o povo pecava as crises voltavam, pois
Israel ficava sem a proteção de Deus. Nas crises o povo clamava a Deus, que
intervinha trazendo livramento, momentos que se repetiram até os dias de
Samuel, o último juiz de Israel.
ESTUDO 1
JOSUÉ E AS CONQUISTAS DE
UMA GERAÇÃO TEMENTE A DEUS
1)
UMA GERAÇÃO QUE FOI EXEMPLO AOS SEUS
PAIS:
No final do Livro de Deuteronômio
consta importante registro que diz respeito à sucessão de Moisés por Josué:
“Os filhos de Israel prantearam Moisés
por trinta dias, nas campinas de Moabe; então, se cumpriram os dias do pranto no
luto por Moisés.
Josué, filho de Num, estava cheio do
Espírito de sabedoria, porquanto Moisés impôs sobre ele as mãos; assim, os
filhos de Israel lhe deram ouvidos e fizeram como o Senhor ordenara a Moisés.
Nunca mais se levantou em Israel
profeta algum como Moisés, com quem o Senhor houvesse tratado face a face” (Deuteronômio 34.8-10). O registro
bíblico deixa transparecer que Israel sentiu muito a morte de Moisés, que até
hoje ainda é um mistério, daqueles que se enquadram numa das últimas frases que
Moisés pronunciou:
“As coisas encobertas pertencem ao
Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos,
para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Deuteronômio 29:29).
Josué sempre esteve ao lado de Moisés
em todas as lutas na jornada pelo deserto, e não se corrompeu, tendo com isso o
privilégio de entrar em
Canaã. Moisés teve o cuidado de passar a sucessão para Josué
antes de partir, impondo sobe ele as mãos; isso foi importante para que os
israelitas o aceitassem como novo líder.
Josué, como todo o povo de Israel,
ainda estava com o coração enlutado e talvez sem forças para assumir a função
de um líder praticamente insubstituível, por isso Deus o encorajou:
“Moisés, meu servo, é morto;
dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e este povo, à terra que eu dou aos
filhos de Israel...
Ninguém te poderá resistir todos os
dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei,
nem te desampararei.
Sê forte e corajoso,...
Tão somente sê forte e mui corajoso
para teres o cuidado segundo toda a lei que o meu servo Moisés te ordenou; dela
não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem
sucedido por onde quer que andares.
Não cesses de falar desse Livro da Lei;
antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo
quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem
sucedido.
Não to mandei eu? Sê forte e corajoso;
não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer
que andares”
(Josué 1.2-9).
Esse texto deve servir de exemplo
principalmente para os jovens que têm que tomar as decisões mais importantes da
vida, mas sem cometer erros, que poderão ser fatais e repercutirem para o resto
da vida. Para ser bem sucedido, só há uma opção a tomar: usar a Palavra de Deus
para iluminar o nosso caminho e indicar-nos a direção certa.
Josué atendeu a exortação de Deus, e o
mesmo aconteceu com a geração que aprendeu juntamente com ele a depender de
Deus no deserto. A Lei de Deus, e todas as exortações do grande líder Moisés
foram postas em prática.
Por isso, Josué não enfrentou nenhuma rebelião nos trinta
anos em que esteve sozinho à frente do povo. No final do Livro de Josué há um
registro que testemunha esse fato:
“Depois dessas coisas, sucedeu que
Josué, filho de Num, servo do Senhor, faleceu com a idade de cento e dez
anos... Serviu, pois, Israel ao Senhor todos os dias de Josué e todos os dias
dos anciãos que ainda sobreviveram por muito tempo depois de Josué e que sabiam
todas as obras feitas pelo Senhor a Israel... (Josué 24:29,31).
Na realidade Josué e a geração da
conquista de Canaã conviveram durante setenta anos, sendo que nos primeiros
quarenta anos o líder era Moisés, e nos trinta anos que se sucederam o líder
foi Josué. Pelo relato do final do Livro de Josué, podemos imaginar que o ciclo
abençoado de Israel durou até a morte de Finéias, neto de Arão, pois a partir
daí, parece ter se iniciado um período de instabilidades, muito característico
do Livro dos Juizes, em que o povo afastava-se de Deus atraindo sofrimento, e
depois clamava a Deus, que levantava juízes, os quais eram líderes espirituais
e políticos, que os libertava da opressão dos inimigos.
2)
A TRAVESSIA DO JORDÃO:
Ao ser encorajado por Deus, Josué
assumiu prontamente, convocou a liderança do povo e anunciou-lhes que dentro de
três dias haveriam de atravessar o rio Jordão. Foi muito importante a resposta
do povo:
“Então, responderam a Josué, dizendo:
Tudo quanto nos ordenaste faremos, e aonde quer que nos enviares iremos.
Como em tudo obedecemos a Moisés,
assim obedeceremos a ti; tão somente seja o Senhor, teu Deus, contigo, como foi
com Moisés.
Todo homem que se rebelar contra as
tuas ordens e não obedecer às tuas palavras em tudo quanto lhe ordenares será
morto; tão somente sê forte e corajoso” (Josué 1:16-18).
Esse registro mostra o quanto aquela
geração tinha aprendido no deserto.
O rio Jordão era o primeiro desafio a
ser vencido para entrar em
Canaã. O rio Jordão é um rio estreito e raso próximo ao mar
da Galiléia onde nasce, mas à medida que se aproxima do mar Morto onde deságua,
ele se torna acidentado, assemelhando-se a um quenion. Era a época das cheias e
o rio Jordão, conforme registra Josué 3:15, estava transbordando sobre as suas
ribanceiras que tinham aproximadamente treze metros de altura. Portanto, devido
a essas circunstâncias, não era um desafio fácil de ser vencido, pois não havia
barco para fazer a travessia do rio. Temos que também levar em conta que havia
mulheres, idosos, crianças e animais.
Na véspera de acontecer a travessia,
Josué pronunciou uma frase que se tornou célebre:
“Santificai-vos, porque amanhã o
Senhor fará maravilhas no meio de vós” (Josué 3:5).
Os capítulos três e quatro do Livro de
Josué detalham todo o procedimento e como aconteceu o milagre da travessia do
rio Jordão. Josué separou doze homens que representassem cada tribo de Israel,
para que cada um deles apanhasse uma pedra do fundo do rio como testemunho
desse feito de Deus. As águas do rio Jordão se secaram a partir do instante em
que os pés dos sacerdotes tocaram-nas. As águas do rio Jordão, pararam na
região da cidade de Adã, que ficava ao norte, cerca de 30 km do local da travessia.
Os sacerdotes pararam então no meio do rio até que todo o povo passasse. Após
passar todo o povo, os doze representantes das tribos de Israel apanharam doze
pedras das quais Josué construiu um memorial, para as futuras gerações. Deus
prometeu a Josué que haveria de engrandecê-lo perante todo o povo de Israel
(ler Josué 3:7). Em Josué 4:14 está o cumprimento daquela promessa:
“Naquele dia, o Senhor engrandeceu a
Josué na presença de todo o Israel; e respeitaram-no todos os dias da sua vida,
como haviam respeitado a Moisés”.
O lugar da travessia ficou marcado de
maneira especial conforme registra Josué 5:9:
“Disse mais o Senhor a Josué: Hoje,
removi de vós o opróbrio do Egito, pelo que o nome daquele lugar se chamou
Gilgal até o dia de hoje”.
Em Gilgal foi celebrado a primeira
Páscoa na terra prometida Canaã, conforme registra Josué 5:10-12:
“Estando, pois, os filhos de Israel
acampados em Gilgal, celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas
campinas de Jericó.
Comeram do fruto da terra, no dia
seguinte a Páscoa; pães asmos e cereais tostados comeram nesse mesmo dia.
No dia imediato, depois que comeram do
produto da terra, cessou o maná, e não o tiveram mais os filhos de Israel; mas
naquele ano comeram das novidades da terra de Canaã”.
Vemos então que Gilgal foi muito marcante na História de Israel.
Primeiramente Gilgal foi
o lugar em que Deus
tirou toda a humilhação de Israel, o qual tinha sido um povo escravo no Egito.
Existe muita ligação entre o significado Gilgal e um trecho da profecia de Joel
que diz:
“Alegrai-vos, pois, filhos de Sião...
Comereis abundantemente, e vos
fartareis, e louvareis o nome do Senhor, vosso Deus, que se houve
maravilhosamente convosco; e o meu povo jamais será envergonhado.
Sabereis que estou no meio de Israel e
que eu sou Senhor, vosso Deus, e não há outro; e o meu povo jamais será envergonhado”
(Joel 2:23-27).
Gilgal também ficou marcado pela
primeira Páscoa em Canaã.
Outro fato histórico muito importante que também aconteceu em
Gilgal foi que ali cessou o maná, no dia seguinte à Páscoa. A partir desse dia
o maná não foi mais necessário, pois Israel encontrou alimentos em abundância
em Canaã.
A História registra que o rio Jordão
sofreu vários represamentos que foram causados por terremotos, que aconteceram
nos anos de 1.267, 1.906, 1.924 e 1.927, e possivelmente em outros anos. Se o represamento
do rio Jordão, próximo a cidade de Adã, foi um fenômeno natural, isso não
diminui o valor do milagre, pois Deus é Senhor, criador e controlador da
natureza, por isso poderia tê-lo causado no dia em que os sacerdotes tocaram
com os pés nas águas do rio Jordão.
3)
A TOMADA DE JERICÓ:
Jericó era o primeiro desafio a ser
vencido, após Israel atravessar o rio Jordão.
Josué teria que enviar espias para
fazer reconhecimento do local. Talvez, por lembrar-se do episódio de
Cades-Barnéia, Josué preferiu enviar apenas dois espias, escolhidos com muito
critério. Em todo o transcorrer da missão, esses espias demonstraram sabedoria
e maturidade. Os espias dirigiram-se à casa de uma prostituta da cidade, pois
isso seria um fato corriqueiro, e não levantaria suspeita sobre eles.
Raabe, a prostituta visitada pelos
olheiros de Josué, tinha conhecimento de todas as ações que Deus realizara no
Egito mesmo após se passarem quarenta anos.
O encontro dos espias com Raabe foi
surpreendente e encorajador para eles, conforme ficou registrado:
“Bem sei que o Senhor vos deu esta
terra, e que o pavor que infundis caiu sobre nós, e que todos os moradores da
terra estão desmaiados.
Porque temos ouvido que o Senhor secou
as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito; e também o
fizestes aos dois reis dos amorreus, Seom e Ogue, que estavam além do Jordão,
os quais destruístes.
Ouvindo isto, desmaiou-nos o coração,
e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o Senhor,
vosso Deus, é Deus, em cima nos céus e em baixo na terra” (Josué 2:8-11).
Raabe deve ter se tornado uma
prostituta por contingências da vida, pois todo o seu procedimento nesse
episódio foi de uma mulher sábia; não foi por acaso que Deus direcionou os
espias até ela, que acolheu-os, deu-lhes proteção e fez-lhes um pedido sábio:
“Agora, pois, jurai-me, vos peço, pelo
Senhor que, assim como usei de misericórdia para convosco, também dela usareis
para com a casa de meu pai; e que me dareis um sinal certo de que conservareis
a vida a meu pai e a minha mãe, como também a meus irmãos e minhas irmãs, com
tudo o que têm, e de que livrareis a nossa vida da morte.
Então lhe disseram os homens: A nossa
vida responderá pela vossa se não denunciardes esta nossa missão; e será, pois,
que, dando-nos o Senhor esta terra, usaremos contigo de misericórdia e de
fidelidade” (Josué
2:12-14).
Os espias pediram que Raabe colocasse
um cordão vermelho atado à janela por onde ela os tinha feito descer, pois sua
casa era construída em cima do muro da cidade. Esse cordão vermelho evitaria
que sua casa fosse atacada ou destruída. Esse cordão, simbolicamente
representava o sangue de Jesus que viria a ser derramado na cruz quatorze
séculos depois, para pagar pelos pecados dos pecadores arrependidos e livrá-los
da perdição eterna. Raabe demonstrou ser uma pessoa muito prudente, por isso
assim que os dois espias se foram, ela imediatamente tratou de atar o “cordão
de escarlata à janela” (Josué 8:21b).
Raabe foi uma autêntica profeta de
Deus, que abençoou Josué e todo o povo de Israel, pois “profeta” é todo aquele
que fala em nome de Deus. Ela profetizou e creu que Deus destruiria Jericó, e
isso trouxe ânimo à Josué e aos dois espias, quando encontraram-se para avaliar
os acontecimentos. As palavras de Raabe fizeram com que Josué e seus dois
mensageiros tivessem plena convicção da grande obra que Deus estava para fazer
no meio de seu povo.
Após acontecer a travessia do rio
Jordão, Deus orientou Josué sobre todo o procedimento para a tomada de Jericó,
que “estava
rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía, nem
entrava” (Josué 6:1).
Deus ordenou que todos os homens de
guerra de Israel, que deveriam ser seiscentos mil, teriam que rodear Jericó
durante seis dias, uma vez em cada dia, mas no sétimo dia deveriam rodeá-la
sete vezes. Após ser concluída a sétima volta do sétimo dia, todos deveriam
gritar ao mesmo tempo, quando o sacerdote tocasse as trombetas.
Em Josué 6:17 temos importante
registro de uma ordem de Deus que diz:
“Porém a cidade será condenada, ela e
tudo quanto nela houver; somente viverá Raabe, a prostituta, e todos os que
estiverem com ela em casa, porquanto escondeu os mensageiros de Deus que
enviamos”.
A prostituição era condenada pela Lei,
que a punia com morte por apedrejamento. É curioso o fato de que Deus, ao dar
ordem a respeito de Raabe, não ocultou que ela era uma prostituta. A Lei não
foi devidamente entendida pelos judeus, e por muitos ainda nos dias de hoje.
Deus é justiça, mas também é amor, por isso Ele deu atenção especial à Raabe. Para
Deus, Raabe era a melhor pessoa daquela cidade, e tornara-se a pessoa mais
importante de sua família, pois se não fosse por ela, todos os seus parentes
também morreriam com a destruição da cidade. Isso nos ensina que não devemos
olhar para certas classes de pessoas com ar de superioridade, porque isso é
contrário à exortação bíblica que diz:
“Cingi-vos todos de humildade, porque
Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça” (1Pedro 5:5b).
Raabe creu no poder de Deus e
humilhou-se diante dos espias, pedindo misericórdia. O rei Davi fala que Deus
jamais despreza um coração quebrantado (ler Salmo 51:17), e foi isso que
aconteceu na vida de Raabe.
Após a cidade de Jericó ser destruída, Josué
pediu aos dois espias que cumprissem o compromisso assumido com Raabe,
tirando-a de sua casa, juntamente com toda a sua família, e com todos os seus
pertences (ler Josué 6:22-25). O reencontro entre os dois espias e a família de
Raabe deve ter acontecido debaixo de muita emoção, levando ambas as partes às
lágrimas; eram lágrimas de alegria pelo reencontro, já em outras circunstâncias
e em situação inversa, pois se em outro momento ela lhes tinha concedido
livramento, agora eles retribuíram o bem que ela lhes fizera. São momentos assim
que tornam nossa vida melhor nesse mundo mau, que sofre com a indiferença e a
discriminação, resultantes da falta de amor entre as pessoas.
Deus concedeu à Raabe livramento da
morte, mas não o fez com as “boas pessoas” daquela cidade, porque Ele vê além
das aparências. Não devemos nos preocupar tanto com o que as pessoas ou a
sociedade pensa de nós, mas sim com Deus, que sabe todas as coisas e nos
conhece mais do que nós mesmos.
Raabe foi uma mulher sábia, que pediu
livramento ao Deus de Israel, demonstrando possuir uma grande fé. Deus atendeu
a oração de Raabe e fez em sua vida uma obra maravilhosa, pois Raabe abandonou
a sua desonrada profissão e veio a casar-se com um importante descendente de
Judá, e teve, com isso, o grande privilégio de fazer parte da genealogia de
Jesus, e chegou a figurar entre os heróis da fé (ler Hebreus 11:31).
O profeta Miquéias, em oração,
registra o que Deus pode fazer na vida de uma Raabe, de Jericó ou de qualquer
pessoa que se sinta uma grande pecadora:
“Quem ó Deus, é semelhante a ti, que
perdoas a iniqüidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança?
O Senhor não retêm a sua ira para
sempre, porque tem prazer na misericórdia...
Pisará aos pés todas as nossas
iniqüidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar” (Miquéias 7:18,19).
A Física explica que se uma tropa
marchar sobre uma ponte, pode fazê-la ruir, pois as vibrações da marcha podem
provocar desagregação das moléculas do material da estrutura da ponte; por isso
ao atravessar uma ponte a pé, qualquer tropa tem que caminhar desordenadamente.
Em vista disso, é possível que as marchas do exército de Israel em volta de
Jericó tenham desencadeado a queda das imponentes muralhas da cidade. Se
aconteceu dessa forma, glória a Deus por isso, pois ele é Senhor da Ciência. Se
foi por um terremoto, também devemos dar glórias a Deus, pois, nesse caso o
terremoto aconteceu exatamente no momento em que os sacerdotes tocaram as
trombetas e o exército gritou a uma só voz. Mas também devemos dar glórias a
Deus porque o trecho do muro onde estava a casa de Raabe ficou intacto,
enquanto todo o muro restante da cidade desmoronou, tornando o milagre maior e
incontestável.
4)
A MALDIÇÃO DE ACÃ:
Em Josué 6:18 está registrada uma
ordem de Deus, que tinha que ser cumprida pelo seu povo durante a conquista de
Canaã que diz:
“Tão somente guardai-vos das coisas
condenadas, para que, tendo-as vós condenado, não as tomeis; e assim tornareis
maldito o arraial de Israel e o confundais”.
Por ocasião da tomada de Jericó, Acã
pecou ao esconder debaixo de sua tenda uma capa babilônica, dois quilos e
quatrocentos gramas de prata e uma barra de seiscentos gramas de ouro. O pecado
de Acã trouxe maldição sobre todo o arraial de Israel, conforme Deus advertira
previamente.
Sem saber da atitude de Acã, Josué
enviou uma tropa de Israel em direção à cidade de Ai para tomá-la, mas
surpreendeu-se com a resistência da cidade, que causou a morte de cerca de
trinta e seis israelitas e fez o restante da tropa bater em retirada. O registro
bíblico diz:
“O coração do povo se derreteu e se
tornou como água” (Josué
7:5b).
Ao sentir o sabor da primeira derrota,
Josué, na sua humanidade, viu o chão sair debaixo de seu pés, mas fez o que
tinha aprendido com Moisés: orou a Deus inquirindo dEle a resposta, ao que Deus
respondeu:
“Israel pecou, e violaram a minha
aliança, aquilo que eu lhes ordenara, pois tomaram das coisas condenadas, e
furtaram, e dissimularam, e até debaixo de sua bagagem o puseram...
Já não serei convosco, se não
eliminardes de vosso meio a coisa roubada...
Há coisas condenadas no vosso meio, ó
Israel; aos vossos inimigos não podereis resistir, enquanto não eliminardes do
vosso meio as coisas condenadas” (Josué 7:11-13).
Josué, seguindo a orientação de Deus,
lançou sorte, que recaiu sobre a tribo de Judá e finalmente chegou até Acã.
Josué foi até Acã e procedeu de um modo que deve servir de exemplo para nós,
desestimulando-nos a sermos cruéis com as pessoas que cometem um grave delito:
“Disse Josué a Acã: Filho meu, dá
glória ao Senhor, Deus de Israel, e a Ele rende louvores; e declara-me, agora,
o que fizeste; não mo ocultes” (Josué 7:19).
Acã confessou o seu pecado. Então
Josué mandou apanhar esses objetos amaldiçoados. Acã e sua família foram
apedrejados. Depois foram queimados, junto com todos os seus bens e todos os
objetos roubados.
Deus agia com certa dureza naqueles
dias porque Israel era um povo embrutecido, que estava se formando como nação e
tinha que assumir sua responsabilidade como povo santo, pois um mau exemplo poderia
contaminar toda nação e levá-la à destruição. Israel era como uma criança
recém-nascida, por isso tinha muito o que aprender com Deus.
Com a eliminação da maldição que tinha
caído sobre Israel, Josué reordenou seu exército em direção a cidade de Ai, que
dessa vez pode ser vencida (ler Josué capítulo 8).
O episódio que envolveu Acã serve de
lição para os homens: ao contrário do que pensa nossa sociedade, a Bíblia nos
ensina que o homem, como o chefe da casa tem muito mais responsabilidades do
que privilégios e, que, se ele não cumprir bem o seu papel, toda a família
poderá pagar por seus erros, como aconteceu com a família de Acã. Um pai de
família que gasta todo o seu salário em jogos, sejam eles de qualquer espécie,
poderá levar sua família a morar debaixo de uma ponte.
O mal de nossas famílias e até da
nossa sociedade não é culpa das mulheres e nem das sogras, mas dos homens, por
causa da responsabilidade que Deus lhes deu. É da natureza do homem não se
ligar muito nas coisas da casa, mas ele não pode esquecer-se de que é dele que
Deus cobrará tudo o que acontecer na sua casa. A célebre frase que Deus, no
Édem, pronunciou a Adão “Onde estás?” (Gênesis 3:9b), deve
estar permanentemente na memória do homem. Mas o que acontece é que geralmente
nós, homens, por comodidade e até irresponsabilidade, preferimos usar a mesma
resposta que Adão usou para Deus, transferindo assim a nossa responsabilidade
para outros.
5)
A RENOVAÇÃO DA ALIANÇA:
Quando foi selado o pacto entre Deus e
Israel, cujos termos estão registrados em Deuteronômio capítulo 28, Moisés e o
povo achavam-se à leste do rio Jordão. Mas o juramento, conforme Moisés
ordenara tinha que ser feito junto aos montes Ebal e Gerizin, que ficavam à oeste
do rio Jordão, ou seja, do outro lado. Como Moisés não pôde entrar em Canaã,
esse juramento foi celebrado por Josué, após atravessar o rio Jordão, e, depois
de vencer os desafios Jericó e Ai. Josué registrou todo o procedimento desse
momento tão importante para Israel e até para nós:
“Então, Josué edificou um altar ao
Senhor, Deus de Israel, no monte Ebal, como Moisés, servo do Senhor, ordenara
aos filhos de Israel, segundo o que está escrito no Livro da Lei de Moisés, a saber, um altar
de pedras toscas, sobre o qual se não manejara instrumento de ferro; sobre ele
ofereceram holocaustos ao Senhor e apresentaram ofertas pacíficas.
Escreveu, ali, em pedras, uma cópia da
lei de Moisés, que já este havia escrito diante dos filhos de Israel.
Todo o Israel, com os seus anciãos, e
os seus príncipes, e os seus juízes estavam de um e de outro lado da arca,
perante os levitas sacerdotes que levavam a arca da Aliança do Senhor, tanto
estrangeiros como naturais; metade deles, em frente do monte Gerizim, e a outra
metade, em frente do monte Ebal; como Moisés, servo do Senhor, outrora,
ordenara que fosse abençoado o povo de Israel.
Depois, leu todas as palavras da lei,
a benção e a maldição, segundo tudo o que está escrito no Livro da Lei.
Palavra nenhuma houve, de tudo o que
Moisés ordenara, que Josué não lesse para toda a congregação de Israel, e para
as mulheres, e os meninos, e os estrangeiros que andavam no meio deles. (Josué 8:30-35).
Moisés ordenou que fosse construído um
altar de pedras toscas, para que ficasse como memorial. Esse altar foi
construído no monte Ebal, que simbolizava as maldições, talvez para que o povo
de Deus pudesse lembrar-se mais delas, porque as bênçãos, Deus já nos dá
naturalmente, se obedecermos.
As pedras não podiam ser trabalhadas
com nenhum instrumento de ferro, talvez porque isso era muito comum no Egito e
nas outras nações, que faziam imagens e colunas, para adoração a deuses falsos,
que são demônios. Isso era uma forma de cortar o mal pela raiz.
O conteúdo do pacto, ou da aliança,
está registrado em Levítico, capítulo 26 e em Deuteronômio, capítulo 28. Vale a
pena relê-los.
6)
CALEBE CONQUISTA HEBROM:
Hebrom era uma cidade muito
fortificada, em uma região montanhosa e quase intransponível, e foi uma
daquelas cidades que assustou os dez espias incrédulos, que juntamente com
Josué e Calebe, foram por ordem de Moisés vistoriar a terra de Canaã. Após o
relatório, o povo rebelou-se contra Moisés e Arão em Cades-Barnéia, que
encontra-se registrado em Números, capítulos 13 e 14.
Calebe teve o privilégio de enfrentar
esse grande desafio e vencê-lo, conforme registrou Josué:
“Chegaram os filhos de Judá a Josué em
Gilgal; e Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, lhe disse: tu sabes o que o
Senhor falou a Moisés, homem de Deus, em Cades-Barnéia, a respeito de mim e de
ti.
Tinha eu quarenta anos quando Moisés,
servo do Senhor, me enviou de Cades-Barnéia para espiar a terra; e eu lhe
relatei como sentia no coração.
Mas meu irmãos que subiram comigo
desesperaram o povo; eu, porém, perseverei em seguir o Senhor meu Deus.
Então, Moisés, naquele dia, jurou,
dizendo: certamente, a terra em que puseste o pé será tua e de teus filhos, em
herança perpetuamente, pois perseveraste em seguir o Senhor, meu Deus.
Eis, agora, o Senhor me conservou em
vida, como prometeu; quarenta e cinco anos há desde que o Senhor falou esta
palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e, já agora, sou de oitenta
e cinco anos.
Estou forte ainda hoje como no dia em que Moisés me enviou;
qual era a minha força naquele dia, tal ainda agora para o combate, tanto para
sair a ele como para voltar.
Agora, pois, dá-me este monte de que o
Senhor falou naquele dia, pois, naquele dia, ouviste que lá estavam os anaquins
e grandes e fortes cidades; o Senhor, por ventura, será comigo, para os
desapossar, como prometeu” (Josué 14:6-13).
Calebe deu-nos um grande exemplo ao
pedir a bênção mais difícil de ser conseguida, pois não era uma bênção pronta,
Calebe tinha que lutar por ela. Já tinham se passado quarenta e cinco anos
desde o tempo em que ele ali estivera entre os doze espias, mas seu ânimo permaneceu
o mesmo, apesar de já estar com oitenta e cinco anos de idade. Sua fé era tão
grande, que mesmo assim ele teve forças para enfrentar o desafio; suas forças
não eram suas propriamente, mas vinham de Deus em quem ele tanto confiava.
7)
O TRATADO COM GIBEÃO:
Gibeão era uma cidade Cananéia, que
distava cerca de trinta kilômetros de Gilgal e dez kilômetros de Jerusalém,
situando-se nas terras que coube a tribo de Benjamim, por ocasião da divisão de
Canaã entre as tribos.
Gibeão fez o contrário dos reis de Canaã,
pois enquanto eles resolveram formar uma coligação contra Israel, Gibeão
preferiu aliar-se a esse povo que era diferente de todos os outros, que servia
a um Deus poderoso, acima de todos os deuses, e, que por isso, era invencível.
A estratégia que os gibeonitas usaram
para fazerem-se vassalos de Israel foi que utilizaram-se de roupas e sandálias
envelhecidas, pães secos e bolorentos, e vinho em odres rotos e remendados,
para que pudessem fazer Israel entender, que tinham vindo de uma terra muito distante,
e que tudo o que eles tinham trazido se envelhecera no caminho, devido a
distância que era muito grande.
Josué era um líder sobrecarregado, que
acumulava as funções de líder espiritual e general em todas as batalhas, que
teve que enfrentar. É possível que talvez por esse motivo ele tenha passado
esse assunto para um conselho de anciãos, que recebeu as provisões inúteis e
estragadas dos gibeonitas, conforme ficou registrado em Josué 9:14 que diz:
“Então, os israelitas tomaram da
provisão e não pediram conselho ao Senhor”.
O acordo ficou firmado e, segundo está
registrado “os príncipes da congregação lhes prestaram juramento” (Josué
9:15b).
Poucos dias depois de ter sido feito o
acordo Israel descobriu que tinha sido enganado, pois os gibeonitas eram seus
vizinhos, e que para chegar à sua região foram necessários apenas três dias de
caminhada. Quando o povo soube desse fato aconteceu um incidente, que foi
registrado por Josué:
“Os filhos de Israel não os feriram,
porquanto os príncipes da congregação lhes juraram pelo Senhor, Deus de Israel;
pelo que toda congregação murmurou contra os príncipes.
Então, todos os príncipes disseram a
toda a congregação: Nós lhes juramos pelo Senhor, Deus de Israel; por isso não
podemos tocar-lhes.
Isto, porém, lhes faremos:
Conservar-lhes-emos a vida, para que não haja grande ira sobre nós, por a causa
do juramento que já lhes fizemos” (Josué 9:18-20).
Josué declarou aos gibeonitas que eles
tinham se tornado malditos, por causa da farsa que tinham feito, mas Josué não
pôde neles tocar, por causa do pacto assumido com eles diante de Deus. Para os
gibeonitas tudo passou a ser lucro, pois se deram por felizes ao saber que não
iam morrer, conforme ficou registrado:
“Então, responderam a Josué: É que se
anunciou aos teus servos, como certo, que o Senhor, teu Deus, ordenara a seu
servo Moisés que vos desse toda essa terra e destruísse todos os moradores dela
diante de vós. Por isso, tememos muito por nossa vida por causa de vós e
fizemos assim.
Eis que estamos na tua mão; trata-nos
segundo te parecer bom e reto.
Assim lhes fez e livrou-os das mãos
dos filhos de Israel; e não os mataram.
Naquele dia, Josué os fez rachadores
de lenha e tiradores de água para a congregação e para o altar do Senhor, até ao
dia de hoje, no lugar que Deus escolhesse.” (Josué 9:24-27).
O tratado com Gibeão traz-nos várias
lições. Qualquer decisão que tivermos que tomar, temos que consultar a Deus, ao
contrário dos anciãos de Israel, que disso se esqueceram, por isso foram
enganados.
Qualquer acordo que fazemos com quem
quer que seja ou de qualquer natureza, é feito diante de Deus que está em todo
lugar e é testemunha de tudo que fazem os filhos dos homens.
Se fizermos qualquer acordo, por pior
que seja, temos que cumpri-lo, custe o que custar. Os líderes de Israel ao
serem pressionados pelo povo, admitiram o erro, mas tiveram que cumprir tudo o
que tinham acertado com os gibeonitas, senão o pecado deles seria maior diante
de Deus.
Para sabermos a repercussão que nos
trará uma decisão, por mais simples que possa parecer, só consultando
primeiramente a Deus. Vale lembrar que Israel surpreendeu-se quando soube que
tinham feito acordo com quatro cidades em que viviam os gibeonitas, que eram
Gibeão, Cefira, Beerote e Quiriate-Jearim.
O rei Saul, cerca de trezentos e
oitenta anos depois, quebrou o pacto que Israel tinha feito, ao matar
gibeonitas durante o seu reinado. O erro de Saul trouxe conseqüências alguns
anos depois, quando reinava Davi, sucessor de Saul. Israel foi castigado com
uma fome que durou três anos.
Davi consultou a Deus que lhe mostrou
a causa daquela fome:
“Há culpa de sangue sobre Saul e sobre
sua casa, porque ele matou os gibeonitas” (2 Samuel 21:1b).
A quebra do pacto trouxe maldição
sobre Israel. Davi teve que entregar aos gibeonitas sete descendentes de Saul,
para que fossem enforcados, e assim dar fim a seca em Israel. Davi poupou
Mefibosete, filho de Jônatas, por causa do pacto que assumira com Jônatas, mas
entregou aos gibeonitas um outro Mefibosete, que era filho de Rispa, uma
concubina de Saul, e outros seis que também eram descendentes de Saul. Após os
gibeonitas enforcarem os descendentes de Saul, ficou registrado como terminou
essa história:
“Depois disto, Deus se tornou
favorável para com a terra” (2 Samuel 21:14b).
8)
O DIA QUE FALTA EM NOSSO CALENDÁRIO :
Quando Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém
soube que a cidade de Gibeão tinha acertado um tratado com Israel, coligou-se
com outros cinco reis para atacar Gibeão. Entre essas cidades estavam Hebrom e
Laquis, cidades altamente fortificadas em região montanhosa e de difícil
acesso. Esses cinco reis juntaram seus exércitos e cercaram Gibeão, que pediu
socorro a Israel, que, por causa do pacto assumido, teve que socorrê-la.
A batalha foi dura e Israel só
conseguiu vencê-la porque Deus interveio, fazendo com que a vitória pendesse
para o lado de Israel, conforme está registrado:
“Fez o Senhor cair dos céus sobre eles
grandes pedras, até Azeca, e morreram. Mais foram os que morreram pela chuva de
pedra, do que os mortos à espada pelos filhos de Israel. (Josué 10.11b)
A batalha estava acirrada e iria
entrar noite adentro, quando então Josué diante de Deus bradou:
“Sol, detém-te em Gibeão, e tu, lua,
no vale de Aijalom. E o sol se deteve, e a lua parou até que o povo se vingou
dos seus inimigos. Não está isto escrito no Livro dos Justos? O sol, pois, se
deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.
Não houve dia, semelhante a este, nem
antes, nem depois dele, tendo o Senhor, assim, atendido à voz de um homem;
porque o Senhor pelejava por Israel.” (Josué 10:12-15).
O texto afirma que o sol “não
apressou a pôr-se”, e isso nos dá a entender que Deus alterou os
movimentos de rotação e translação da Terra.
Esse fato foi confirmado por
pesquisadores conforme transcrição a seguir:
“Cientistas da NASA, a
agência espacial norte-americana, no início da década de 80, em Green Belt , Maryland,
dedicaram-se a uma exaustiva pesquisa, com o uso dos mais modernos recursos da
Informática, para estabelecer a posição exata do Sol, da Lua e dos diversos
planetas do nosso sistema solar durante o milênio. Harold Hill, presidente
da companhia de engenharia Curtis, com sede na cidade de Baltimore, também em
Maryland, relata sua experiência no cargo de consultor do programa espacial
daquele período:
‘Precisamos desses dados
para que satélites possam ser lançados ao espaço para missões de
exploração de novos corpos celestes sem que entrem em rota de colisão com
qualquer um deles. Como pretendemos construir foguetes não-tripulados com
autonomia para muitas e muitas décadas no espaço, precisamos traçar sua
trajetória com precisão para que as gerações futuras venham a receber e
analisar os dados enviados por eles. Nós e os cientistas da NASA,
descobrimos que falta um dia no calendário universal. Envolvido nesta pesquisa,
pude presenciar uma descoberta fantástica: falta um dia na história do
universo!’
Eis como tudo aconteceu:
Os engenheiros da NASA colocaram os dados no computador para que ele
determinasse a exata posição dos astros, tanto no passado quanto no futuro, e
então surgiu um impasse. O computador subitamente interrompeu o programa e
mostrou na tela um aviso de que havia algo errado nos números que lhe serviram
de base para os cálculos. Entretanto, havia entre eles um evangélico que falou
sobre a história de Josué. Os engenheiros da IBM foram imediatamente chamados
para verificação de um possível defeito e, após um cuidadoso exame de toda a
rede de informática, garantiram que estava tudo em ordem. Foi então, que
esse membro evangélico que fazia parte da equipe, lembrou-se de que Josué,
segundo os textos sagrados, certa ocasião ordenara ao Sol que parasse e contou
o episódio aos seus colegas. Ninguém acreditou, a princípio, pois todos os
outros cientistas eram acostumados a fatos concretos. Assim, eles o desafiaram
a provar o que dizia. O cientista, ao ser desafiado, pegou a Bíblia e mostrou
Josué 10:12 ‘Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os
amorreus nas mãos dos filhos de Israel; e disse, na presença dos israelitas:
Sol, detém-te sobre Gibeom, e tu, lua, no vale de Aijalom’. Explicou-lhes que
Josué se encontrava rodeado por inimigos e se a noite caísse, eles
poderiam sobrepujá-lo. Pediu, portanto, a Deus que o Sol parasse, e assim
aconteceu, o Sol não se pôs o dia todo.
Depois destas
explicações, resolveram colocar esses novos dados nos computadores para ver se
era realmente o dia que faltava e, voltando no tempo, achamos uma resposta
aproximada. O período que faltava no tempo por causa do pedido de Josué era de
23 horas e 20 minutos; não era, portanto, um dia inteiro, conforme
garantiam os computadores da NASA. Com esse resultado, os cientistas
voltaram ao livro de Josué e acharam o capítulo 10 v.13: ‘E o Sol se
deteve, e a Lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos... O sol,
pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia
inteiro’. Bem, o texto bíblico confirmava que não era exatamente um
dia inteiro e esse achado foi muito importante, mas ainda assim
continuavam em dificuldades, porque faltavam 40 minutos, e não é possível
realizar cálculos para séculos futuros com um erro desse tipo.
Após algum tempo, aquele
cientista evangélico se lembrou de outra passagem bíblica que mencionava
outro episódio a respeito do sol. Dessa vez o astro maior teria regredido no
tempo. Todos ficaram atônitos... absolutamente mudos! Novamente o primeiro
impulso foi de descrédito, porém, utilizando-se de um programa específico
para consultas bíblicas, chegaram ao seguinte texto: II Reis 20: 8 a 11 – ‘Ezequias disse a
Isaías: Qual será o sinal de que o Senhor me curará, e de que ao terceiro dia
subirei à casa do Senhor? Respondeu Isaías: Ser-te-á isto da parte do Senhor
como sinal de que Ele cumprirá a palavra que disse: Adiantar-se-á a sombra dez
graus, ou os retrocederá? Então disse Ezequias: É fácil que a sombra adiante
dez graus; tal, porém, não aconteça, antes retroceda dez graus. Então o profeta
Isaías clamou ao Senhor; e fez retroceder dez graus a sombra lançada pelo
sol declinante no relógio de Acaz’.
Ficaram todos quietos
naquele momento. A incredulidade por causa daquilo que é concreto foi fulminada
pelas palavras de um livro milenar, muitas vezes ignorado. Dez graus são
exatamente 40 minutos que, somados às 23 horas e 20 minutos do tempo
utilizado por Josué, formam precisamente às 24 horas (um dia) faltantes em
nossos cálculos”.
(Texto extraído de
depoimento do Dr. Harold Hill e adaptado pela Revista Plenitude nº13 - enviado
por Paulo Henrique Vieira).
9)
O INCIDENTE DO ALTAR JUNTO AO RIO
JORDÃO:
A região de Gileade situava-se a leste
do rio Jordão, onde tinham existido dois reinos que Israel destruiu, com Moisés
ainda à frente do povo: Hesbom, cujo rei era Seom, e Basã, cujo rei era Ogue, o
rei que tinha uma cama de ferro. Gileade era uma região aprazível de campinas
verdejantes, e onde se produzia o famoso bálsamo de Gileade, que tinha
propriedades medicinais e era comercializado para várias nações. O bálsamo de
Gileade era uma das mercadorias que levava a caravana de ismaelitas que comprou
José de seus irmãos e o vendeu no Egito (Gênesis 37:25).
Após Israel despojar os reis Seom e
Ogue, as tribos de Rúbem e Gade pediram a Moisés que lhes dessem aquela terra
como herança, porque tinham muito gado. Moisés atendeu-lhes com uma condição:
eles deixariam ali sua famílias e rebanhos, mas teriam que atravessar o rio
Jordão para ajudar as outras tribos na conquista da porção maior de Canaã, que
ficava do outro lado, à oeste do rio Jordão. Seus guerreiros só poderiam voltar
para Gileade quando as tribos restantes estivessem assentadas (Números
32:1,32). Moisés exortou as tribos de Rúbem e Gade, dizendo que o seu
compromisso era muito sério, e, caso não cumprissem, estariam cometendo um
grande pecado, e para isso deixou-lhes uma advertência que tornou-se célebre e
importante até para nós nos dias de hoje, que diz
“Porém, se não fizerdes assim, eis que
pecastes contra o Senhor; e sabei que o vosso pecado vos há de achar” (Números 32:23).
Na divisão de Canaã entre as tribos de
Israel, Manassés foi a única tribo que ficou dividida pelo rio Jordão, uma
metade em cada lado do rio.
Canaã ficou dividida então da seguinte
maneira: Rúbem, Gade, e uma metade da tribo de Manassés ficaram na região de
Gileade, a leste do rio Jordão; as outras nove tribos e meia ficaram na região a
oeste do rio, entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, que antigamente era
chamado de mar Grande.
Quando os guerreiros das duas tribos e
meia de Gileade puderam voltar para casa, quando o assentamento das tribos foi
concluído, depararam-se com um problema: sentiram-se um tanto isolados do
restante de Israel que estava do outro lado do rio Jordão, por isso resolveram
construir um altar ao qual denominaram altar de testemunho, com a finalidade de
fazer com que as outras nove tribos e meia não os excluíssem posteriormente.
Todo esse episódio está narrado no capítulo 22 do livro de Josué.
A construção do altar gerou um mal
entendido e fez com que as nove tribos e meia se preparassem para uma guerra.
Essa pré-disposição aconteceu porque essa geração tentou cumprir à risca todas
as recomendações de Moisés, conforme juraram a Josué, quando recém-empossado,
como sucessor de Moisés:
“Como em tudo obedecemos a Moisés,
assim obedeceremos a ti; tão somente seja o Senhor, teu Deus, contigo, como foi
com Moisés.
Todo homem que se rebelar contra as
suas ordens e não obedecer as suas palavras em tudo quanto ordenares será morto
(Josué 1:17,18).
Antes de iniciarem a guerra as nove
tribos e meia resolveram enviar uma comissão de lideres de Israel, comandados
pelo já conhecido e respeitado Finéias, sacerdote e neto de Arão. A comissão
pediu explicações às duas tribos e meia, lembrando-lhes o grave incidente de
Baal-Peor, no qual Finéias tomou uma atitude aparentemente radical, mas
necessária, que fez cessar a praga que causou grande mortandade em Israel.
As duas tribos e meia responderam que
estavam prontas a arcar com as conseqüências de seus atos, caso tivessem
errado; explicaram então à comissão que o “altar do testemunho” tinha apenas a
finalidade de simbolizar a unidade de todas as tribos, que, apesar de estarem
separadas pelo rio Jordão, eram um só povo. Com essa explicação a comissão
deu-se por satisfeita e tudo ficou em paz novamente.
O altar do testemunho acabou
transformando-se em um teste de avaliação da fidelidade a Deus dessa geração,
embora a finalidade não tenha sido essa. Pela determinação das nove tribos e
meia ficou provado que o povo levou a sério tudo o que Moisés lhe havia
ensinado.
As nove tribos e meia agiram com
sabedoria, quando enviaram uma comissão que bem as representava, e que tinha um
líder zeloso pelas coisas de Deus e de reconhecida autoridade espiritual entre
o povo, como era Finéias, filho de Eleazar, o sumo sacerdote, que era filho de
Arão. Outra grande lição que aprendemos com esse incidente de final feliz, é
que nunca devemos tomar decisões precipitadamente, e sem antes averiguarmos os
fatos reais.
10)
RECOMENDAÇÕES FINAIS DE JOSUÉ:
Os capítulos 23 e 24 do livro de Josué
registram suas últimas palavras de exortação ao povo de Israel, pois, de
maneira semelhante a Moisés, também preocupou-se com o que aconteceria com o
povo após a sua morte.
Josué foi muito sábio na escolha do
lugar onde reuniu o povo para ouvir suas ultimas exortações. Josué escolheu a
cidade de Siquém, que voltando à nossa memória lembramo-nos de que Siquém
situava-se entre os dois morros gêmeos Ebal e Gerizim, que simbolizavam a
maldição e a bênção, respectivamente, e foi o local onde o povo prestou
juramento da aliança com Deus, quando o povo tinha entrado em Canaã e Josué
estava recém-empossado.
Primeiramente Josué fez o povo de
Israel lembrar-se dos feitos de Deus:
“Vós já tendes visto tudo quanto fez o
Senhor, vosso Deus, a todas estas nações por causa de vós, porque o Senhor,
vosso Deus, é o que
pelejou por vós” (Josué
23:3).
Josué lembrou-lhes que as vitórias só
tinham acontecido porque Deus, o Senhor dos Exércitos, sempre esteve a frente
nas batalhas.
Josué relembrou-lhes uma exortação
semelhante a que Deus tinha feito a ele:
“Esforçai-vos, pois, muito para
guardardes e cumprirdes tudo o quanto está escrito no Livro da Lei de Moisés,
para que dela não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda; para
que não vos mistureis com estas nações que restaram entre vós.
Não façais menção dos nomes de seus
deuses, nem por eles façais jurar, nem o sirvais, nem os adoreis.
Mas ao Senhor, vosso Deus, vos
apegareis, como fizestes até o dia de hoje” (Josué 23:6-8).
O segredo da vitória está em jamais
afastar-se da Palavra de Deus. Josué lembrou-lhes que só agindo assim eles
haveriam de não se misturar e adotar os costumes abomináveis daquelas nações. O
apóstolo Paulo, em sintonia com Josué exorta-nos a não tomarmos a mesma forma
do mundo (ler Romanos 12:2), ou seja, agirmos da mesma maneira que age a
sociedade sem Deus de nossos dias. Josué também recomenda que nem os nomes dos
deuses, ou demônios a quem aqueles povos serviam, deveriam ser mencionados pelo
povo de Deus.
Josué exorta Israel sobre a maneira
como deveria servir a Deus:
“Portanto, empenhais-vos em guardar a
vossa alma, para amardes o Senhor, vosso Deus. Porque, se dele vos desviardes e
vos apegardes ao restante dessas nações ainda em vosso meio, e com elas vos
aparentardes, e com elas vos misturardes, e elas convosco, sabei, certamente,
que o Senhor, vosso Deus, não expulsará mais estas nações de vossa presença,
mas vos serão por laço e rede, e açoite às vossas ilhargas, e espinhos aos
vossos olhos, até que pereçais nessa boa terra que vos deu o Senhor, vosso
Deus” (Josué
23:11-13).
Josué ensina-nos que devemos servir a
Deus por amor e não por medo. Josué lembra ao povo que as nações que ainda não
tinham sido despojadas ficariam para disciplina de Israel, caso ele se
afastasse de Deus. Isso é muito importante e se aplica a nós hoje, pois quando
as coisas estão muito tranqüilas, geralmente nos acomodamos e até relaxamos com
as coisas do reino de Deus; vale lembrar que entretenimento para nos afastar de
Deus é o que não falta no mundo de hoje.
Josué também advertiu Israel para que
não quebrasse a sua aliança firmada com Deus:
“E sucederá que, assim como vieram
sobre vós todas estas boas coisas que o Senhor, vosso Deus, vos prometeu, assim
cumprirá o Senhor contra vós outro todas as ameaças até vos destruir de sobre a
boa terra que vos deu o Senhor, vosso Deus.
Quando violardes a aliança que o
Senhor, vosso Deus, vos ordenou, e fordes, e servirdes a outros deuses, e os
adorardes, então, a ira do Senhor se acenderá sobre vós, e logo perecereis na
boa terra que vos deu” (Josué 23:15,16).
O pastor Pedro Moura, professor de
hebraico, diz que ira de Deus no sentido da língua hebraica é quando Deus se
sente impedido de exercer o seu amor por causa de nossos pecados. Enquanto o
povo estivesse junto de Deus, os inimigos não o atingiriam, mas se pecassem,
afastariam-se de Deus cada vez mais, pois a santidade de Deus não convive com o
pecado. E nessa situação o povo haveria de sofrer, pois vale lembrar que quanto
mais próximo estivermos de Deus, menores nossos inimigos se tornarão e, em caso
contrário, os nossos inimigos se fortalecerão contra nós e nos esmagarão.
Josué também fez o povo lembrar-se de
Balaão, o profeta corrupto, que foi contratado para amaldiçoar Israel, mas ele
recorda-se de que Deus interveio, obrigando Balaão a transformar sua maldição
em bênção (ler Josué 24:9,10). Eis um pequeno trecho da bênção pronunciada por
Balaão a Israel:
“Que boas são as tuas tendas, ó Jacó!
Que boas são as tuas moradas, ó Israel! Como vales que se estendem, como
jardins à beira dos rios, como árvores de sândalo que o Senhor plantou, como
cedros junto às águas” (Números 24:5,6).
Foi de grande valor que Josué tivesse
se lembrado desse fato, pois quando foi feita essa profecia, Israel estava
peregrinando num deserto escaldante e morando em tendas, mas quando Josué
lembrou desse fato, despedindo-se do povo, Israel estava morando em boas casas,
fazendo cumprir assim a profecia que Deus colocou na boca de Balaão.
Josué também exortou ao povo que fosse
um povo agradecido pelas bênçãos de Deus:
“Dei-vos a terra em que não
trabalhastes e cidades que não edificastes, e habitais nelas; comeis das vinhas
e dos olivais que não plantastes” (Josué 24: 13).
Finalmente, Josué fez o povo jurar que
manteria a fidelidade a Deus e pronunciou uma frase que celebrizou-se como um
dos textos mais conhecidos da Bíblia:
“Agora, pois, temei ao Senhor e
servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais
serviram os vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao Senhor.
Porém, se vos parece mal servir ao
Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram os vossos
pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra
habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24:14,15).
O povo respondeu a Josué e então
aconteceu o último dialogo entre Josué e Israel:
“Não; antes, serviremos ao Senhor.
Josué disse ao povo: Sois testemunhas contra
vós mesmos de que escolhestes o Senhor para o servir. E disseram: Nós o somos.
Agora, pois, deitai fora os deuses
estranhos que há no meio de vós e inclinai o coração ao Senhor, Deus de Israel.
Disse o povo a Josué: Ao Senhor, nosso
Deus, serviremos e obedeceremos à sua vós.
Assim, naquele dia, fez Josué aliança
com o povo e lha pôs por estatuto e direito em Siquém.
Josué escreveu estas palavras no Livro
da Lei de Deus; tomou uma grande pedra e a erigiu debaixo do carvalho que
estava em lugar santo do Senhor.
Disse Josué a todo povo: Eis que esta
pedra nos será testemunha, pois ouviu todas as palavras que o Senhor nos tem
dito; portanto, será testemunha contra vós outros para que não mintais a vosso
Deus.
Então, Josué despediu o povo cada um
para sua herança.
Depois destas coisas, sucedeu que
Josué, filho de Num, servo do Senhor, faleceu com a idade de cento e dez
anos...
Serviu, pois, Israel ao Senhor todos
os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram por muito
tempo depois de Josué e que sabiam todas as obras feitas pelo Senhor a Israel” (Josué 24.21-31).